Cassavetes é um dos cineastas que eu mais curto e admiro. Visceral, autêntico, turbulento, irrequieto, o cara ousou fazer um cinema autoral profundamente pessoal, na contra-corrente dos roliudianismos clichezentos. Seus trampos como ator também são bem responsa (o seu papel mais conhecido é como marido da Mia Farrow em O Bebê de Rosemary, do Roman Polanski), mas era no comando do leme que o Cassavetes deixava vir à tona todo o culhão e a catarse que o tornaram um dos grandes artistas da 7ª arte na 2ª metade do século passado. Capaz de arrancar de seus atores algumas das mais comoventes e perturbadoras representações de que me lembro, em especial de sua esposa (a deslumbrante Gena Rowlands), Cassavetes fez em 1974 um de seus mais adoráveis filmes, Uma Mulher Sob a Influência, já esmiuçado lá no Depredando o Cinema. Confiram!