“Oi? Alô?”
Aqui quem fala é o Diego de Moraes, vulgo Diego Mascate.
Hoje é só uma “passagem de som” (ou melhor, de caracteres…) para dar início ao…
Espaço de lampejos esporádicos, divagações aleatórias, divulgações instantâneas e outras viagens mais.
O parça Eduardo Carli me convidou pra ter uma coluna livre aqui na Casa de Vidro, esse não-lugar fronteiriço aberto a pulverizar novidades (do presente e do passado) e a difundir filosofagens (sobre temas tão variados), “plugando consciências no amplificador”. Fiquei honrado com o convite, tanto por gostar tanto do site/blog, como pela gratidão que tenho pelo inestimável apoio do Carli nos últimos anos afim de divulgar minhas “viagens” sonoras/poéticas/etc. – como nos textaços sobre os álbuns: “Parte de Nós” (Diego de Moraes & O Sindicato), “A.C” (Diego Mascate) e o novo “A Dança da canção incerta” (Pó de Ser), além de infinitos bate-papos permeados por sintonias estéticas e i(deo)lógicas.
Cogitei fazer dessa minha coluna com escoliose uma espécie de “Geleia Geral” – nome do polêmico espaço que Torquato Neto manteve entre 1971 e 1972 no jornal Última Hora (RJ), sintonizando-se a todo um movimento da “contra (ou a favor da…?) cultura” da época. “Geleia Geral” é uma expressão que Torquato copiou (Control C/Control V...) do mestre concretista/semiótico Décio Pignatari (que a criou em 1963 numa pendenga com Cassiano Ricardo, ao expulsá-lo da revistaInvenção), dando-lhe uma dupla-função: nomeou a coluna no jornal e também batizou uma das mais importantes canções/manifestos da Tropicália, essa famosa parceria desse “anjo torto de Teresina” com Gil:
[youtube id=https://www.youtube.com/watch?v=JtjOakOdoKU]
“Uma poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia”, ligando o “bumba-meu-boi” do folclore nordestino com o iê-iê-iê beatlemaníaco.
Esse poema foi recitado pelo grande Paulo José num especial preparado pela Rede Globo para o Fantástico, no ano/punk de 1977, por ocasião dos cinco anos do suicídio do poeta.
Pedrada quente com a trilha sonora encabeçada pelo mestre Macao, espia:
[youtube id=https://www.youtube.com/watch?v=XTHS1y2kibk]
“Poetas imaturos imitam; poetas maduros roubam” (T. S. Eliot)
Torquato “roubou” a “Geléia” do Pig… e eu pensava qual seria o nome da minha coluna aqui… De quem eu “roubaria”?
Até que me aparece no festival de Bowies que virou minha timeline: essa entrevista do mestre para a MTV brasileira em 1997 (Turnê Earthling), na qual ele se auto-define:
“Sou um abutre da cultura.”
Pimba! A expressão caiu como uma luva para os propósitos antropofágicos da coluna aqui!
O “abutre da cultura” fica como metáfora para a devoração obsessiva da arte, da poesia e de diversos sabores lisérgicos e estimulantes.
Do “morto” realimentar a matéria orgânica do “vivo”. Buscar o “novo”, mesmo que seja no passado, atento ao presente e vislumbrando o futuro, “um museu de grandes novidades”…
Ou como escrevi no final de 69:
“A velha-guarda da vanguarda
Anunciando o novo
que é papo velho.”
Uai, hoje participarei em Goiânia do show A SÉTIMA EFERVESCÊNCIA, em homenagem ao MAN Júpiter Maçã (Júpiter Apple) que vai rolar no Evoé, “um lugar do caralho”!
Até saiu essa matéria na capa do DM Revista, ó:
Simbóra lá?!
No próximo post falo mais desse “mosaico de imagens mil”… ok?
Inté!
Beijo do magro! 😉
Publicado em: 13/02/16
De autoria: casadevidro247
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