O tumultuado, caótico, polêmico, violento, conflagrado processo eleitoral brasileiro de 2022 trouxe ao centro das atenções públicas o tema da criminalidade. O sintoma mórbido mais grave disto é a insistência monomaníaca com a qual a campanha bolsonarista xinga Lula de ladrão e de “ex-presidiário”. E não usamos o verbo...
O poder que a música exerce sobre o ser humano não cessa de produzir perplexidade nos filósofos: “ela penetra no íntimo da alma e se apropria dela da maneira mais enérgica”, escreve Platão n’A República (Livro III, 401d). “Por uma irrupção maciça, a música se instala em nossa intimidade e parece...
“Pensa que cada dia é teu último dia, e aceitarás com gratidão aquele que não mais esperavas.” – HORÁCIO “Por que não sair do banquete da vida como um conviva saciado?” – LUCRÉCIO “Da caixa de Pandora, na qual fervilhavam os...
O ANEL DA INVISIBILIDADE COMO ESPELHO DO SUJEITO ÉTICO Por André Comte-Sponville, filósofo francês contemporâneo, em seu livro Viver – O Mito de Ícaro, 2º Volume Giges é pastor, hoje seria bancário ou cabeleireiro, e não era melhor nem pior que outro qualquer. É cada um de nós. Mas...
AFORISMOS SOBRE “A HISTÓRIA DA SEXUALIDADE” DE MICHEL FOUCAULT #1) O MITO DO SANGUE AZUL Há uma curiosa expressão: “ter sangue azul”. Normalmente aplicamos o termo a uma figura prepotente, aristocrática, suntuosa, cheia de pompa, uma dessas autoridades que tem a pretensão de escapar ao destino comum dos mortais....
A Alegoria da Caverna, exposta em diálogo entre Sócrates e Glauco no Livro VII d’ A República de Platão (leia a transcrição), é uma das mais fecundas invenções filosóficas que já vieram à luz pela História afora. Nela, Sócrates narra o destino de “prisioneiros acorrentados desde a infância, por...
A CORAGEM DA VERDADE: A filosofia como aposta no risco Uma das obras mais fascinantes de Foucault chama-se A Coragem da Verdade (Le Courage de La Verité) e talvez possa servir de emblema de toda sua vida. Em 1984, ano de sua morte, Foucault explora a fundo em suas...
“A religião é considerada verdade pelas pessoas comuns, mentira pelos sábios e útil pelos governantes.” SÊNECA O MITO DO INFERNO EM PLATÃO por HANNAH ARENDT (1906-1975) “Foi após a morte de Sócrates que Platão começou a descrer da persuasão como insuficiente para guiar...
Na Academia, depois que Platão chegou a definir o homem como “um bípede sem plumas”, Diógenes acorreu com uma galinha depenada, bradando: “Eis o homem de Platão! Eis o homem de Platão!” Depois de uma preleção sobre as idéias, disse: “A mesa e a taça de vinho eu vejo,...