Volta e meia trombo por aí, nos textos de grandes mentes filosóficas e artísticas do século 20, com citações, alusões e digressões envolvendo William Blake (1757-1827), poeta-místico-pintor-vidente com fama-de-doido e admiradores de alto-quilate (Borges entre eles) que escreveu um dos monumentos poéticos mais inebriantes que conheço: O Matrimônio do Céu e do Inferno. Tudo indica que suas “viagens” ainda são atualíssimas e que a poesia, afinal de contas, é o mais excelente dos psicodélicos legalizados. Aldous Huxley mencionava Blake com frequência quando tentava descrever suas experiências sob o efeito da mescalina, citando em várias ocasiões o verso blakeano que diz: “Se as portas da percepção fossem purificadas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito”. McLuhan, guru da Aldeia Global, era outro dos que adorava citar enigmáticas idéias de Blake para sugerir que o grande artista prepara a humanidade para mudanças de percepção e consciência sofridas com o impacto das novas tecnologias e novos psicotrópicos. Sabe-se também que Jim Morrison batizou o The Doors influenciado pelo livro de Huxley que explora as ligações entre consumo de substâncias expansoras da consciência e a obtenção da Iluminação nirvanística: The Doors Of Perception.
Abaixo, compartilho 10 dos meus “provérbios infernais” prediletos. Sintéticos, provocativos, sábios, enigmáticos… Confiram, deleitem-se e reflitam!
Publicado em: 05/03/11
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
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