Completando 10 anos de carreira, Pó De Ser lança na aurora deste novo ano de 2022 o novo EP, Dodecafona, com distribuição da Cena Cerrado e já disponível em todas as plataformas digitais. Transitando entre o experimentalismo e a música brega, honrando heróis como Odair José e Walter Franco, Raul Seixas e Arrigo Barnabé, o projeto musical goiano prossegue extravasando criatividade e extravagância em altas doses.
O EP foi batizado com um esperto neologismo que mistura a vertente da música avant-garde contemporânea dodecafonismo (uma criação de Schoenberg) com o brasileirismo usualmente de sentido pejorativo cafona (que o Dicionário Informal define como: “de péssimo gosto; sem elegância; cujos comportamentos são espalhafatosos; muito extravagante ou vulgar; desprovido de refinamento; provinciano”).
Este é o terceiro registro fonográfico do projeto musical liderado pelos cancionistas Diego Mascate e Kleuber Garcez, parceiros em todas as composições, tendo sido precedido pelo álbum de estréia A Dança da Canção Incerta (2015, já esmiuçado em resenha d’A Casa de Vidro e que você pode baixar aqui) e pelo EP de estréia Tudo Torto Em Linha Reta (2012).
Ensaio fotográfico por J. Lee Aguiar
Faixas:
01. Bêbados (feat. Lô Bento)
02. Eu Já Era Assim
03. Reduzido a Pó
04. Era Pra Eu Estar (feat. Enzo Banzo)
O EP abre com “Bêbados”, um híbrido de brega com pós-punk, com uma sonoridade que remete ao Gang of Four e aos Strokes, contando com participação nos vocais de Lô Bento (cantora que recentemente participou da Noite das Bruxas Vermelhas em A Casa de Vidro).
Na sequências, “Eu Já Era Assim” é uma releitura de “The Man Who Sold The World” de David Bowie (lançada em 1970 no álbum homônimo do “Camaleão” e também célebre pela versão do Nirvana em seu Unplugged). Segundo Mascate, a música faz uma alusão também a “Territorial Pissings”, canção de Nevermind onde Cobain critica com sarcasmo os machos que mijam para marcar território.
A terceira faixa é “Reduzido a Pó”, canção que marca presença há anos nos shows da Pó de Ser e que já havia sido gravada por Carlos Brandão e João Lucas. Ela ganha agora uma gravação definitiva de estúdio e aborda de maneira irônica o gênero “sofrência”.
Para terminar, “Era Para Eu Estar” inclui uma participação de Enzo Banzo dos Porcas Borboletas nos vocais do coro.
Em Janeiro de 2022, na sede do ponto de cultura A Casa de Vidro em Goiânia, recebemos a visita do Mascate, que nos concedeu uma entrevista e falou sobre cada uma das faixas do lançamento. Confira o vídeo no YouTube, Facebook ou IGTV!
Pó de Ser – Dodecafona (2022)
Dodecafona, o novo EP do Pó de Ser, é para os seres Nelson Rodriguianos da vida real, os que criam vida quando o sol se põe. Poetas, cantores, garçons, michês, putas, travestis, artistas, boêmios, traficantes, viciados, solitários atrás de aventura, amores inventados, iludidos em busca do amor verdadeiro embalados ao som do brega na jukebox.
É nela que toca o que toca os corações machucados da massa. Basta uma ficha e lá está o passado latente de volta no gole amargo da cerveja, no trago do cigarro e a dor é anestesiada por breves três minutos. Uma vazão para as angústias da alma. É pra essa gente que morre de amor numa noite e ressuscita no dia seguinte sem qualquer resquício de ressaca moral que o Dodecafona serve.
Produzido entre 2019 e 2021.
Composições de Diego Mascate e Kleuber Garcêz.
Produzido por André Pettersen e Kleuber Garcêz.
Participações especiais de Lô Bento em “Bêbados” e Enzo Banzo em “Era Pra Eu Estar”.
Hearnow: https://xn--pdeser-bxa.hearnow.com/
Spotify: https://spoti.fi/3K2jSh1
Deezer: https://www.deezer.com/br/album/286544472
Apple Music: https://music.apple.com/us/album/dodecafona-ep/1604094686
Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=MWwDBstsOng
Diego Mascate: voz, contrabaixo
Kleuber Garcêz: voz, violão
Hermes Soares: teclados
Hyago Moura: guitarra
Alê Akires: bateria
Fotografia: Júlia Lee
Arte da Capa: Kleuber Garcêz
Distribuição: Cena Cerrado Brasil
Publicado em: 13/01/22
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia