LANÇAMENTO! – Curta-metragem documental produzido por A Casa de Vidro, “Criança Não É Mãe, Estuprador Não É Pai” (Goiânia, 2024, 18min), “registra a diversidade da resistência feminista e dxs ativistas em marcha pelo direito ao corpo, à autonomia e à própria existência!”, como escreve Kelly Gonçalves em seu texto de apresentação. Saiba mais e assista acessando nosso canal no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=0H-uuJ4CsuI.
SINOPSE – No início de Junho de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência na votação do Projeto de Lei 1904. Este equipara a prática de aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio. O PL propõe alterar o Código Penal de modo a punir até mesmo casos de aborto que já eram permitidos pela legislação brasileira, representando um brutal retrocesso na garantia dos direitos reprodutivos das mulheres.
“A criminalização do aborto nos estágios mais avançados da gestação reduz de maneira absolutamente desproporcional sua autonomia reprodutiva, seu direito à saúde, resguardado em lei”, diz o parecer da O.A.B. “Quando uma criança/mulher violentada sexualmente não consegue acesso à Rede Pública de Saúde, sendo obrigada a levar a gestação indesejada adiante ou praticar a interrupção insegura, colocando em risco sua vida, resta comprovado que falhou o sistema de saúde pública, falhou a sociedade, falhou o Estado.”
Bradando “nem presas, nem mortas!”, por todo o país levantam-se protestos contra a “PL do Estupro”, como ocorreu em Goiânia em 15 de Junho durante as mobilizações retratadas no filme. São sintomas de quão insuportável, para os cidadãos lúcidos, é “o texto de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da bancada evangélica, proíbe a interrupção da gravidez acima de 22 semanas de gestação, inclusive em caso de estupro, e prevê pena de 6 a 20 anos de prisão para a pessoa que passar pelo procedimento. Se aprovado, a pena para vítimas de estupro que realizam o aborto seria maior que a pena prevista atualmente para quem comete o abuso, que varia entre 6 a 10 anos, quando a vítima é adulta.” (Daniel Arroyo e Elisa Fontes, na Ponte Jornalismo)
O filme e o texto completo de Kelly também estão disponíveis no nosso website (leia abaixo): www.acasadevidro.com/pldoestupro. Filmagem e montagem: Eduardo Carli de Moraes. Design gráfico: Gabriela Callegaris. Imagens de drone: Di Paula. Trilha sonora (fonogramas): Larissa Luz, Nina Oliveira, Gabi da Pele Preta, Sara Bareilles.Trilha sonora (música ao vivo): Bloco Orum Aiyê – Quilombo Cultural. Cartuns: Nando Motta, Quinho e Crisvector. Citações: OAB e Ponte Jornalismo. Uma produção do Centro de Mídia Independente d’A Casa de Vidro: apoie nosso financiamento colaborativo em https://apoia.se/acasadevidro_cmi.
RESISTÊNCIA PERMANENTE AO PL DO ESTUPRADOR
por Kelly Cristina Gonçalves em 28 de Junho de 2024, especial para A Casa de Vidro
Manifestação pelo direito ao aborto se multiplicaram pela segunda semana consecutiva nas principais capitais e em várias cidades brasileiras.
A Culpa Não é da Vítima!
A tentativa de criminalizar meninas e mulheres vítimas de estupro, que fizerem aborto após 22 semanas de gravidez, gerou indignação pública e desmascarou as intenções inescrupulosas e eleitoreiras de parlamentares da ultradireita.
Protesto em Goiânia
A PL que penalizaria especialmente crianças e adolescentes vítimas de violência mobilizou cerca de 500 pessoas, ativistas e lideranças sociais em Goiânia no primeiro final de semana de protesto. (Link abaixo)
Afinal, 76% das vítimas de estupro são menores de 14 anos, resultando em cerca de 20 mil meninas forçadas a parir todos os anos.
“Um teste para o governo”
Liderados por Lira deputados da ultradireita miravam fazer chantagem e barganha politiqueira com governo, mas acenderam a resistência popular com ojeriza até mesmo de suas bases religiosas.
A rápida e enérgica reação organizada pelo movimento feminista nas ruas e nas redes obrigou o recuo dos conservadores e o posicionamento firme de ministros e do próprio presidente Lula.
Oportunidade pra avançar
O vilipêndio aos direitos e às conquistas sociais que os moralistas no Congresso tentam impor à toda sociedade não pode ser tolerado.
É ano eleitoral e mais uma vez somos convocadxs a atuar pela democracia, a justiça, a dignidade e a vida do povo brasileiro!
O vídeo produzido pela A Casa de Vidro – Ponto de Cultura registra a diversidade da resistência feminista e dxs ativistas em marcha pelo direito ao corpo, à autonomia e à própria existência!
Avante!
FOTOGRAFIAS E SCREENSHOTS:
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Publicado em: 28/06/24
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia