O PROMETEU ATÔMICO
A epígrafe do 12º filme do <cineasta inglês Christopher Nolan> é uma evocação do <mito de Prometeu>, o Titã que “stole fire from the gods and gave it to man. For this he was chained to a rock and tortured for eternity.”
A alusão ao roubo do fogo mítico, que antes era prerrogativa dos deuses do Olimpo e foi entregue à humanidade pelo ato heróico do irmão de <Epimeteu>, permitindo os primórdios de perigosos desenvolvimentos civilizacionais, serve para inserir Oppenheimer (2023, 180 min) no âmbito das transgressões titânicas e das torturas tonitruantes. Além disso, coloca logo em tela os vínculos entre triunfo e tragédia que, como argumentarei neste texto, são um dos temas principais da obra sobre “o pai da bomba atômica”.
<Robert Oppenheimer (1904-1967)> sabe muito bem que tornar-se célebre no âmbito acadêmico e científico, ou seja, triunfar na competição por fama e notoriedade, quase nunca tem a ver com feitos singelos e descobertas insossas: tornar os humanos mais poderosos em seu domínio da explosividade da matéria, tornando possível a destruição em massa sem precedentes, foi o que conduziu este físico estadunidense aos píncaros de um trágico triunfo.
Agora, o vigoroso e complexo filme de Nolan, <remando contra a corrente do CGI>, faz a crônica da vinda-ao-mundo da bomba-atômica enquanto trágico invento e crise existencial da humanidade investindo numa uma teia-de-relações que “mudou o mundo para sempre”. O grande trunfo do filme é o peso que concede à ambiguidade e ao paradoxo de seu protagonista, excelentemente interpretado por Cillian Murphy, fechando o caminho simplista que gostariam de trilhar os espectadores maniqueístas que desejam dividir o mundo entre bandidos e mocinhos.
Oppenheimer nos é mostrado inicialmente em interessantes pesquisas e especulações no campo da física teórica acerca do modo como as estrelas morrem e sobre o que são de fato os buracos negros; mas este homem é logo tragado pela insânia sócio-política e pela belicosidade que engolfa tudo na primeira metade do século XX – que além das duas guerras mundiais, teve ainda a revolução mexicana e russa, a guerra civil-espanhola, dentre outros conflitos nos quais a ciência esteve longe de ser espectadora – foi complexa partícipe.
Ao sondar a hipótese de ganhar um prêmio Nobel por seu trabalho na confecção das primeiras bombas atômicas, Oppenheimer lembra-nos, bem a propósito, que o próprio Alfred Nobel (1833-1896) foi o inventor da dinamite (pra não falar na nitroglicerina). Quando morreu, aos 63 anos, o homem que dá nome ao famoso prêmio que concede fama imorredoura aos seus laureados era <“dono de mais de 300 patentes e tinha mais de 90 fábricas de explosivos e munições espalhadas em todo o mundo”>. How’s this for irony? <O Prêmio Nobel foi criado por um pacifista que vendia armas.>
Oppenheimer ajudou a invadir o Olimpo microscópico do átomo e descobrir o poder de fogo que havia escondido ali. Fissão e fusão emergem como conceitos que o filme de Nolan nos lança à cara para falar deste novo Prometeu. Por ter invadido o Olimpo, área V.I.P. do politeísmo dos helenos, Prometeu pagará o preço imposto por um Zeus vingativo: enraivecido com a ousadia insubordinada do Titã, aquele que era então o fodão dentre os olímpicos acorrenta Prometeu a uma rocha e instiga o abutre a devorar o fígado dele. Já Oppenheimer, o Prometeu Americano, como o apelidou o <livro vencedor do Pulitzer, de Kai Bird e Martin Sherwyn, que inspira o filme dirigido por Nolan (Intrínseca, 2023, 640 pgs>, será “torturado” não por Deus mas por sua própria consciência pesada e pelo establishment yankee em delírio anticomunista-macarthista.
Desde seu intróito até seu desfecho, o filme alimenta uma especulação intelectual e um debate público acerca das torturas punitivas que podem se seguir como unintended consequences (efeitos não intencionados) de uma ação tecno-científica destinada a expandir o poderio humano de domínio sobre a matéria. Eis um dos temas principais da obra: a competição, o struggle, pelo domínio do poder de explosão em meio à pior carnificina de guerra que o planeta já conheceu.
Esta corrida pelo domínio das weapons of mass destruction não foi propriamente uma busca humana, pois não envolveu nossa espécie como um todo num united effort, mas foi sim foi movida pelas nações ricas – ou que assim se tornaram também em virtude de séculos de saque colonial, exploração de trabalho escravo e espoliação do labor proletário. Os investimentos na pesquisa e confecção de armas para o genocídio são uma história das mais pornográficas. O filme mostra como a ciência, longe de politicamente neutra, muitas vezes esteve enredada da cabeça aos pés nos conflitos geopolíticos envolvendo ânsias de predomínio entre imperialismos rivais.
Quando conversa com Harry Truman, presidente dos EUA que estava em exercício em 1945 e que ordenou o despejo das bombas em Hiroshima e Nagasaki, Oppenheimer diz que se sente “com sangue em suas mãos”. Mas Truman, com desdém pela atitude “choramingas” de seu interlocutor, chama para si a responsa e diz que quem ordenou o bombardeio nuclear foi ele, Truman. O filme de Nolan se interessa por esta subjetividade atormentada de Oppenheimer, pela sensação que ele tem de ter se transformado “na morte, destruidora de mundos” (Bhagavad Gita). Eis uma obra sobre um homem assombrado pelo peso do que ajudou a causar, assustado com o “gênio fora da lâmpada” que havia ajudado a libertar. Aumentar o poder de fogo dos humanos – o que também é fator dos mais pesados para eclosão do Antropoceno – assemelha-o ao Prometeu do mito.
Por isso se fôssemos julgar quais são os mais fecundos mitos greco-romanos, os que mais tem reverberação na atualidade, este é um dos mais sérios candidatos a estar no ápice: no texto fundador da ficção científica, Mary Shelley frisou que o Doutor Victor Frankenstein seria o Prometeu Moderno. E agora Nolan, na novíssima obra-prima do bio-pic especulativo, reinsere o ímpete prometêico no cerne do debate contemporâneo enquanto o Doomsday Clock chega, circa 2023 d.C, no horário mais próximo da meia-noite que já esteve.
O GENOCÍDIO JUSTIFICÁVEL
Este filme também é uma peça de retórica, parece abordar uma espécie de justificativa complexa acerca dos porquês que levaram as autoridades estadunidenses a cometer o primeiro genocídio já cometido com o uso de armas atômicas contra populações civis. Há uma cena em que Oppenheimer é questionado mais fortemente a respeito de suas elucubrações morais, seus “escrúpulos” e sua eticidade, sendo confrontado com a afirmação de que pelo menos 220.000 pessoas perderam suas vidas em Hiroshima e Nagasaki, na somatória entre as vítimas imediatas e que adoeceram e vieram a falecer em virtude da radiação. Ainda assim, considerando a extensão do sofrimento humano e das pilhas de cadáveres, ele continua a achar justificável o uso da arma atômica?
Ele é também confrontado com o fato de ter estado na sala onde definiram-se os alvos a serem nuclear-blasted. Em uma das cenas mais irônicas do filme, a cidade de Kyoto é riscada da lista de possíveis alvos da bomba atômica made in USA devido ao “alto significado cultural que tem para o povo japonês… e porque eu e minha esposa passamos nossa lua-de-mel lá”, como diz o político engravatado que está prestes a demonstrar seu respeito pela “cultura” japonesa ao ordenar que dois centros urbanos do Japão sejam calcinados com o dispositivo de explosão mais poderoso já construído até então.
O mérito de Nolan, desde The Dark Knight, está em complexificar a vilania, tornar o vilão mais multidimensional e multifacetado – tanto é assim que a ascensão cultural do Coringa / Joker deve muito àquela antológica atuação de Heath Ledger que nada tem de unidimensional. Dito isto, penso que Oppenheimer nem mesmo é compreendido, pela maioria dos espectadores, como vilão – nós o vemos, em certas cenas, ser celebrado como herói por pessoas que tremulam bandeiros dos EUA e batem palmas para ele quando discursa jocosamente que após a explosão da bomba: ele está certo que the japs didn’t like it e só se arrepende do Projeto Manhattan não ter chegado mais cedo ao controle deste armamento para que tivesse sido possível usá-lo contra a Alemanha do III Reich.
Instituto de Estudos Avançados de Princeton
O tema do judaísmo, aliás, é pouco explorado por Nolan. Uma <matéria da BBC> lembra-nos de um detalhe que o filme aborda apenas en passant, o fato de que todo o Projeto Manhattan nasce às pressas devido ao temor de que os nazi-fascistas pudessem desenvolver um armamento devastador através da fissão do urânio. O próprio Einstein alertou Roosevelt em 1939 sobre o iminente desenvolvimento de artefatos de altíssima destrutividade que poderiam ser utilizados pelos nazistas – e talvez o relativo “atraso” da Alemanha hitlerista neste campo possa ter tido relação, como Oppenheimer mesmo diagnostica, com o antisemitismo do regime e o fato de que cientistas judeus não eram devidamente financiados pelo governo que estava devotado ao extermínio da “raça inferior” em prol do domínio ariano.
Este filme é sobre insanidade coletiva. Os EUA e seus aliados entram numa “corrida armamentista” contra o “Eixo” nazi-fascista (Alemanha, Itália, Japão) para ver qual dos dois campos conseguiria chegar primeiro aos meios de matar-em-massa o outro e obrigá-lo à rendição. As raízes judaicas de Oppenheimer, ou seja, o fato de que sua condição de judeu em meio ao cenário da Solução Final em curso na Europa devastada pelas invasões nazistas, tenha servido como motivação afetiva determinante para os anos de pesquisas e experimentos que culminaram com a explosão de Trinity no deserto do Novo México, parece-me muito interessante mas foi sub-explorada por Nolan.
O filme também figura e põe em cena a psicose de massas do nacionalismo semi-cego quando as pessoas festejam a aniquilação do inimigo: Hiroshima e Nagasaki são fundos-de-poço inéditos na baixeza moral humana, e foram perpetradas, como obras de vilania sem precedentes, por cidadãos dos Estados Unidos da América – desde então muitas vezes referidos sarcasticamente pelos críticos de sua política externa como The United States of Aggression. Isto não impede boa parte da população dos EUA de comemorarem esta aniquilação em massa de vidas humanas, na alegria incontida de uma vitória que os mergulhou até o pescoço num oceano de sangue.
A própria noção de um genocídio justificável parece-me injustificável. Em Agosto de 1945, Hitler já estava morto, suicidado em seu bunker, e boa parte das lideranças do III Reich já estavam também mortas ou presas. A Alemanha não oferecia mais grande risco do ponto de vista militar e os prisioneiros nos campos de concentração já estavam sendo libertados. Também <a morte de Mussolini, na Itália, já havia ocorrido em Abril> e o regime fascista colapsava. O próprio Japão já estava aos frangalhos e os bombardeios pesados com armamentos não-atômicos já havia deixado a capital Tóquio em ruínas. Como justificar, portanto, os ataques a Hiroshima e Nagasaki? Não foi este um abuso de poder grotesco, um crime de guerra dos yankees, querendo selar na história sua posição como aqueles que colocaram fim à guerra através destes tétricos cogumelos atômicos? Bastante centrado nos EUA, o filme de Nolan omite que o desfecho da guerra também teve muito a ver com a vitória soviética em Stalingrado e com o cracking the code realizado sob a direção de Alan Turing na Inglaterra – duas omissões graves numa História do conflito.
TRIUNFO E TRAGÉDIA
Triunfar pode ser uma tragédia. Tornar-se poderoso, ir para a capa da Times, ganhar a celebridade suprema de ser conhecido como “o pai da pai atômica”, levou o triunfante Oppenheimer, judeu norte-americano que ficou no lado dos que venceram a guerra, ao palco de uma tragédia – e os melhores momentos do filme de Nolan são aqueles que revelam sua consciência dilacerada, sua auto-percepção enquanto paradoxo ambulante.
O filme tem outra vantagem: coloca-se a nós mais como enigma do que como tese dogmática. Deixa-nos decidir quanto ao status de bom ou mau, vilão ou mocinho, do protagonista, o que significa que complexificou tanto esta figura humana que não nos torna fácil qualquer juízo sumário simplista. Os triunfos da ciência são também as tragédias não-intencionadas do mundo contemporâneo. Nunca teria havido efeito estufa produzindo fervura global como a conhecemos na atualidade – e escrevo no fim do mês de Julho de 2023, o mais quente já registrado, possivelmente o mais quente em 120.000 anos – se não fosse o industrialismo, e este sempre foi dependente da ciência e seus avanços aplicados à técnica.
Há uma outra razão que me leva a afirmar que o triunfo trágico, ou a tragédia do triunfo, é o maior dos temas aqui em tela. A maneira como Nolan nos mostra a celebração da vitória por alguns cidadãos dos EUA, ao mesmo tempo que omite qualquer imagem impactante sobre o sofrimento das pessoas em território japonês, parece que aqui se figura a consciência auto-alienada, aquela que não quer lidar com as consequências não intencionadas de suas próprias escolhas. Os eleitores que votaram em Truman, os cientistas que trabalharam em Los Alamos, o quanto se sentiram responsáveis pela hecatombe na ilha do Sol Nascente? As explosões atômicas de Agosto de 1945 ocorreram quanto Tóquio havia sido blowed to smithereens com mais de 100.000 mortos; o III Reich já havia se rendido; a Itália de Mussolini não oferecia mais grandes riscos; tudo indica que os EUA tenha realizado neste momento um ato de prepotência bélica, precedente para uma série de outros atos prepotentes de seus “Masters of War” depois causticamente satirizados nas canções de protesto do jovem singer-songwriter judeu Robert Zimmermann, alias Bob Dylan.
A explosão de Trinity no deserto de Los Alamos é outros dos ápices do filme de Nolan, sobretudo para aqueles que podem assistir a estas cenas em um bom cinema, com telão imersivo e aquele som surround sound que a gente pensa ser capaz de provocar um terremoto no quarteirão e potencialmente danificar nossos tímpanos.
O espetáculo da bomba Trinity – até onde sei, a primeira a ser explodida no mundo – sendo assistida pelos cientistas, militares e políticos que injetaram mais de 2 bilhões de dólares para que ela se tornasse factível, evoca também os espetáculos que os espectadores de cinema adoram assistir – e hoje em dia um filme sem explosões e sem tiros será provavelmente um fracasso de bilheteria. A bomba, a explosão, o disparo de projéteis por armas de fogo, são temas pop, de alto potencial lucrativo, o que denuncia nosso fascínio pela destruição em massa, pelo super-poder da explosividade.
Jennifer Fay, em seus instigantes escritos sobre cinema e Antropoceno, descreve muito bem o quanto a própria indústria cinematográfica participa de um esforço humano que envolve o entrelaçamento dialético entre a construção e destruição, engenho e destrutitividade. Que o leitor tente rememorar quantas explosões já assistiu em séries, filmes e novelas, quantas vezes já foram filmadas casas ou prédios ou automóveis indo pelos ares aos pedaços em cenas literalmente bombásticas, e que se pergunte se não somos todos um pouco cúmplices da sanha explosivista que assola a geopolítica.
Cidades cenográficas inteiras são construídas para que se possa filmar seu colapso, seu incêndio, sua redução a escombros. A explosão como espetáculo está também em Oppenheimer. Trinity é um espetáculo e a galera o assiste com seus óculos numa cena que é evocativa das atuais platéias que muvucam as salas de cinema para, com óculos 3D e barris da pipoca over-priced, gozarem com as explosões cataclísmicas de Os Vingadores ou dos filmes do Batman.
Em um momento histórico onde a hecatombe nuclear nunca está distante de nossos temores justificados, seja por conta da guerra na Ucrânia, seja devido às tensões entre Índia e Paquistão, seja pelo fantasma de uma outra Guerra Fria que oponha o Ocidente capitalista ao bloco russo-chinês, o Relógio do Apocalipse volta a ser um ícone da era.
No campo da filosofia, hoje seria loucura suprema ignorar as obras de Hans Jonas, Günther Anders e Jean-Pierre Dupuy: que perigosa ignorância a nossa a de não atentar para o “Prometeu desacorrentado” que está no cerne de O Princípio Responsabilidade ou no catastrofismo esclarecido propugnado com tanta inteligência e verve por Dupuy. De fato, como disse Anders, precisamos “ter a coragem de ter medo” quando o Bulletin of Atomic Scientists alerta que a fervura global no contexto de CO2 bombando na atmosfera nos trouxe bem perto da meia-noite. Oppenheimer participa deste zeitgeist enquanto consolida Nolan como um dos mais grandiosos cineastas desta geração – já chegando a evocar comparações com Kubrick, cujo Dr. Strangelove segue intensamente reverberante.
Este filme e seu protagonista são ambos de alta complexidade, o que deve nos afastar de juízos peremptórios e de apressadas conclusões. Repetidas assistidas são recomendadas para que possamos notar nuances da narrativa – e eu mesmo ainda preciso ler e pesquisar muito para melhor matizar ideias aqui compartilhadas. De todo modo, gostaria de deixar aqui a última palavra com o poeta laureado com o Nobel e cujos versos muitas vezes são pura dinamite simbólica: assim como o jovem folkie Dylan se insurgiu, na supracitada canção, contra a própria ideia de que uma “guerra mundial possa ser vencida”, como querem nos fazer acreditar, quero me insurgir aqui contra a própria ideia de genocídio justificável e de bombardeio atômico justo, que são para mim contradições em termos que vomitam sobre nós os muitas vezes eticamente estúpidos “Masters of War” que querem nos conduzir a um apocalipse bélico.
Come you masters of war
You that build the big guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks
You that never done nothin’
But build to destroy
You play with my world
Like it’s your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly
Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain
You fasten the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
When the death count gets higher
You hide in your mansion
As young people’s blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud
You’ve thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain’t worth the blood
That runs in your veins
How much do I know
To talk out of turn?
You might say that I’m young
You might say I’m unlearned
But there’s one thing I know
Though I’m younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do
Let me ask you one question
Is your money that good?
Will it buy you forgiveness?
Do you think that it could?
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul
And I hope that you die
And your death’ll come soon
I will follow your casket
In the pale afternoon
And I’ll watch while you’re lowered
Down to your deathbed
And I’ll stand o’er your grave
‘Til I’m sure that you’re dead.
LEIA TB: <Smithsonian> <Cinegnose> <CBR’s 10 Quotes> <Vanity Fair>
Publicado em: 01/08/23
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
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