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ANÁLISE CRÍTICA – Por Eduardo Carli para A Casa de Vidro
O CINEMA CONTRA O GOLPE
A reconstituição histórica realizada com primor pela série A Trama, através de 6 horas de potente e comovedora narrativa documental, constitui uma magnífica reabilitação dos governos e das pessoas de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva perante a opinião pública. Sem fazer pose de isenção, entrevistando figuras como Boulos, Manu D’Ávila, Haddad, J. Wagner, dentre outros, a obra fornece amplo alimento para a tese histórica do foi golpe sim! Esta, amplamente defendida e alardeada por um vasto setor da sociedade brasileira que foi às ruas manifestando seu desejo cívico (“não vai ter golpe!”, “eleição sem Lula é fraude!” etc.) e que não se deixou bestializar por fake news e por demagogias do Partido da Farda e do P.I.G..
Estamos diante de mais uma poderosa expressão do cinema anti-golpista no Brasil, somando ainda mais elementos para a consolidação mais ampla e abrangente de um consenso de dezenas de milhões que concordam, dentro e fora do país: entre 2016 e 2019 o que vivenciamos no Brasil foi mesmo um processo golpista que catalisou uma corrosão acelerada do Estado democrático de direito no país. E que culminou na usurpação do poder pela República das Milícias, chefiada por um genocida e sua familícia, apoiada no militarismo e na compra descarada de apoio político junto à banda mais podre da política institucional, uma quadrilha de sádicos que ainda estão impunes dos delitos que cometeram durante a pandemia e o pandemônio – e que ainda planejam cometer delitos inúmeros em seu jogo insano de ambição e dominação onde não entra a ideia de fair play ou de respeito pelo adversário.
Como escreveu Carlos Alberto Mattos, “por suas qualidades técnicas e posicionamento franco contra as causas de nossas tragédias recentes, a série A Trama merece figurar entre as obras realmente grandes do ‘cinema contra o golpe’, ao lado de O Processo, Democracia em Vertigem e Amigo Secreto.” Concordo com ele – eis um filme dos mais importantes para compreender e confrontar o golpe e que soma-se às obras de Petra Costa, Maria Augusta Ramos e também aos magistrais O Muro de Lula Buarque de Hollanda. Ainda estamos nele – e este golpe promete agora tornar-se ainda mais violento com a perspectiva de mais uma derrota eleitoral do campo anti-petista derrotado por 4 vezes consecutivas.
Este coup d’état em etapas – que A Trama reconstrói com riqueza de detalhes – envolveu o impeachment sem crime de responsabilidade desferido contra a primeira presidenta eleita e re-eleita do Brasil, em um processo chefiado pelo gangster Eduardo Cunha, com a cumplicidade do traíra Temer e o envolvimento ativo de parlamentares pilantras e oportunistas como o então deputado Jair “lambo-as-botas-do-torturador-Ustra” Bolsonaro.
A deposição de Dilma não poderia ser senão o primeiro ato desta tragédia nacional pois era preciso completar o serviço de interrupção do mandato de Rouseff, renovado pelos eleitores nas urnas em 2014, cortando pela raiz a candidatura de Lula, favorita para a vitória no pleito eleitoral de 2018. Como destaca o professor Lincoln Secco, as elites econômicas do país, após 4 derrotas consecutivas nas urnas (2002, 2006, 2010, 2014), todas elas vencidas pela chapa liderada pelo Partido dos Trabalhadores, resolveram chutar a democracia representativa e a lendária “vontade soberada do povo” para escanteio.
O golpismo, tendo a Lava Jato em conluio com os oligopólios midiáticos como agentes, tudo com a aprovação da águia imperialista Yankee sedenta pelo petróleo do pré-sal, abusou da lawfare e das estratégias de guerra híbrida para produzir o encarceramento injusto de um ex-presidente que permanece até hoje o campeão em taxa de aprovação de seu governo ao fim do mandato.
É a Lava Jato que sai toda emporcalhada e achincalhada após ser submetida às toneladas de argumentos e evidências que A Trama expõe. A Trama tem um espírito muito mais alinhado ao espírito da VazaJato, comandada pelo The Intercept Brasil (tanto Leandro Demori quanto Glenn Greenwald são entrevistados da série), do que da infame apologia lavajatista de O Mecanismo, série com a qual José Padilha sujou sua biografia e filmografia.
Condenar um ex-presidente “sem provas, só com convicções”, promover tentativa de assassinato de reputação com o uso de toscos Powerpoints, representou um dos mais sombrios e vergonhosos episódios do direito no Brasil. Aquele cartum de Nando Motta expressa bem a sensação que fica ao fim desta odisséia audiovisual: se tentássemos jogar Sergio Moro, Dallagnol e cia ilimitada de inquisidores fanaticamente antipetistas na lendária Lata de Lixo da História, até mesmo esta iria se recusar a carregar carga tão podre.
Esta podridão começou a liberar um cheiro fétido irrecusável aos faros atentos logo após a eleição de 2018. Quando o pseudo-juiz e aliado do imperialismo yankee Sérgio Moro aceitou tornar-se Ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo do fascista troglodita que ajudara a eleger, ao encarcerar injustamente Lula para que este não vencesse a eleição, já não restavam dúvidas quanto à parcialidade do marreco de Maringá que se transformou no arrogante Mussolini togado de Curitiba.
Hoje já tornou-se cristalinamente claro que as pedaladas fiscais e os pedalinhos de Atibaia e o célebre triplex no Guarujá foram brandidos como pretextos para a derrubada de governantes legitimamente eleitos e que tiveram seus direitos políticos e humanos visceralmente desrespeitados: Dilma e Lula foram alvejados por muitos “gabinetes do ódio” (inclusive aqueles instalados na Rede Globo, na redação de Veja, no antro do neoevangelismo cristofascista neopentecostal da Record e da Igreja Universal). Brandiram pedaladas e pedalinhos como panos vermelhos diante dos touros furiosos do antipetismo insuflado pelas elites golpistas, odiadoras da democracia, que prestam continência para a bandeira dos EUA (Estados Unidos da Agressão). Moro e Bolsonaro, ambos entreguistas, subservientes, rezam o primeiro para o Grande Sam e o segundo para JesUstra. São ambos messias-fake, ídolos de pés de barro, destinados a entrarem para história como inimigos e malfeitores do nosso povo.
Aceitar entrar para o governo de Bolsonaro, que ele havia ajudado a eleger (inclusive liberando as inconsistentes delações de Palocci às vésperas da eleição), escancarou que Moro agia como um político de direita e não como um juiz isento. No médio prazo, estas atitudes fariam desmoronar a figura midiática que havia se construído de Moro como um caçador de corruptos – hoje, em 2022, ele não teve nem mesmo condições de propor-se como candidato à presidência da “3ª Via”, tão desmoralizado que está após o STF ter confirmado que ele agiu como juiz parcial e injusto, restituindo assim os direitos políticos e a elegibilidade de Lula, líder nas pesquisas de intenção de voto para o pleito de 2022.
Como escreve Mattos: “A Trama se ocupa das maquinações que um dos entrevistados atribui ao Partido da Toga e ao Partido da Mídia para retirar Lula e o PT do cenário político. Assisti-la hoje, quando o país está prestes a recolocar Luiz Inácio na presidência da República, é ver a história fazer uma curva dramática, quase inacreditável.
O roteiro utiliza as mensagens divulgadas pela Vaza Jato para contextualizar as injúrias e deboches da força-tarefa e de Moro em toda a ‘farsa lulocêntrica’, como referido pelo advogado Cristiano Zanin. Mas a carga crítica se estende a vastas camadas do Poder Judiciário, em especial o STF, que se mostrou leniente com as ilegalidades da Lava Jato e mais interessado na opinião pública e na opinião publicada do que nos princípios de uma Justiça independente.”
Em entrevista ao Brasil de Fato, um dos co-diretores de A Trama, Carlinhos Andrade, apontou: “A prisão de Lula ocorre em um processo também em que o Brasil tinha conseguido com o pré-sal uma espécie de passaporte para o futuro. O regime de partilha do pré-sal, que iria irrigar a saúde e a educação dos brasileiros, irritou bastante uma série de países que tinham interesse nas riquezas minerais do Brasil e que colocaram o Brasil na rota da guerra híbrida. Foi esse processo que dividiu o Brasil no meio, chegou a derrubar a presidenta Dilma. Não adiantava, no entanto, derrubarem a presidenta Dilma com o Lula como favorito no processo eleitoral.”
De fato, um dos méritos inegáveis de A Trama está em denunciar a intervenção do imperialismo estrangeiro nos processos políticos do Brasil tendo em vista a expropriação dos recursos petrolíferos descobertos em 2006-2007 e que os governos do PT propuseram que financiasse a soberania nacional e irrigasse fartamente as políticas públicas de educação, saúde e distribuição de renda.
Sem apelar para o golpe militar clássico, com tanques e bombardeios, o imperialismo gringo e os grandes interesses de corporações transnacionais do ramo do petróleo trataram de mobilizar a derrubada dos governos petistas. A crônica da espionagem e roubo de dados que a NSA realizou com os governos de Dilma e Lula está posta a nu nesta série que merece ser estudada nos cursos de Direito, Comunicação Social, Relações Internacionais, Ciências Humanas, sobretudo por mobilizar estes conceitos cruciais para a compreensão do contemporâneo: guerras híbridas e lawfare.
A ESTATURA HISTÓRICA DE LULA SE AGIGANTA
A Trama é uma obra cinematográfica destinada a produzir efeitos no mundo e na escrita da memória que, por intenção dos autores e também pela competência com a qual esta intenção é cumprida, envolve certamente um agigantamento de Lula. Trata-se de um processo explícito de heroicização do primeiro presidente de origem operária da história do Brasil que, através de uma narrativa pujante, é concomitante com a construção do encolhimento destes nanicos morais que são Moro, Dallagnol, Bolsonaro e outros cúmplices da campanha odienta do jogo sujo antipetista.
Este escriba até confidencia que chorou copiosas lágrimas ao assistir A Trama, uma obra que para além de ser muito bem fundamentada nos fatos e muito bem argumentada pelo timaço de juristas, intelectuais e ativistas entrevistados, é sobretudo uma gigantesca peça emocional. Uso aqui peça num sentido teatral, evocando o cuidado tecido de uma trama que conquista pelo afeto. Os 580 dias de amargo cárcere que o ex-presidente Lula precisou encarar recebe nesta minisérie o mais rico e pungente retrato já realizado. Lula tinha acabado de enviuvar de sua esposa Marisa Letícia (a ex-primeira data foi biografada por Camilo Vannuchi, um dos entrevistados da série), vitimada não apenas por um AVC mas por um conjuntura de moer os nervos. No cárcere em Curitiba, Lula ainda precisou, detrás das grades, que suportar a morte de um de seus melhores amigos, a morte de seu amigo Vavá e a morte de seu netinho de 7 anos.
São tantas as perdas, tantos os lutos a elaborar, tantos os sofrimentos a ele impostos, que não deixa de ser surpreendente que Lula, já na terceira idade, tenha comemorado seu aniversário de 74 anos de idade ainda demonstrando ter uma fortaleza de ânimo que ficamos quase tentados a adjetivar de inexpugnável. Mesmo os ateus e agnósticos, entre os quais me coloco, são tentados a meditar sobre as raízes da “força espiritual” que Lula demonstra ao encarar tamanhas adversidades e privações que quebrariam um indivíduo de força menor. A explicação do fenômeno não é transcendental ou religiosa, mas é perpassada sim por uma certa mística de massas.
Este é o elemento que torna A Trama uma obra tão poderosa: Lula aqui aparece como uma espécie de força mística, no sentido de que seu corpo e sua vida expressam uma união mística com os anseios das massas mais desfavorecidas, depauredas e espoliadas de nosso país. Um país cuja elite está profundamente apegada a privilégios injustos e à manutenção do legado de seu passado escravocrata que rendeu muitos dividendos e latifúndios. Esta elite do atraso – ainda que Jessé Souza esteja ausente do documentário – precisa mover contra Lula uma mega-operação de aniquilamento pois sabe do tamanho gigante da ameaça que Lula representa por ser esta rara força histórica: um líder genuíno das massas oprimidas, um líder com o qual amplas multidões se identificam não apenas intelectualmente ou no âmbito das ideias, mas com toda a carne e todo coração.
É difícil conter as lágrimas quando Lula, após o assassinato de Marielle no Rio em 2018, sentindo as garras de um Judiciário, por uma Mídia e por uma extrema-direita ascensional, todos infectadas pelo antipetismo feroz, discursa para seus apoiadores dizendo algo mais ou menos assim: mataram a Marielle, mas nas ruas, nas favelas, nas manifestações, agora há milhares de Marielles; as mulheres não se chamam mais Maria, Joana ou Manuela, chamam-se Marielle! E Lula identifica-se com este processo: Lula sabe que, ao morrer, sua “ideia” (ou ideal) não morre, que haverá muitos Joãos e Marias, muitos Ernestos e Isabelas, muitos Davis e Beneditas, que dirão “eu sou Lula”. É esta a lição da vigília Lula Livre que, sem falhar um dia, esteve acampada em frente à Polícia Federal por 580 dias – a mensagem era clara, somos milhares de Lula. E vocês não podem encarcerar todos nós. Nosso sonho vocês não podem meter na cadeia nem fritar na cadeira elétrica.
Lula se agiganta no panorama da História pois sua estatura ética, sua musculatura moral, é de tamanha coerência, de tão refulgente dignidade, que resiste bravamente ao ambiente hostil. Poucos estadistas na história do Brasil sofreram tanto esculacho da Mídia, tanta perseguição judicial, tantas campanhas de calúnia e difamação. Lula manteve-se sempre altivo – ainda que um tanto brincalhão, dizendo dona Lindu deu à luz um pernambucano de pescoço curto que é pra não curvar a cabeça aos acintes e injustiças dos poderosos jamais. Esta altivez não é presunção ou arrogância, mas parece estar enraizada no cerne de uma psiquê que retira sua força de ânimo de uma missão de vida assumida com total compromisso e que certamente não será traída: ajudar a criar um Brasil para todos e não só para alguns, contribuir com o avanço da justiça social num dos países mais injustos do planeta.
Às vésperas das conflagradas eleições de 2022, quando escrevo estas palavras, parece-me surrealmente absurdo que no Brasil se fala em “polarização” entre Lula e Bolsonaro como se estivéssemos diante de dois extremismos. Não é verdade. Se há uma polarização, trata-se muito mais do contraste entre um gigante na história política e ética que é Lula (figura à altura de um Mandela, um Luther King, um Gandhi), e esta abjeção asquerosa e este fracasso humano vergonhoso que é Jair Bolsonaro e sua seita.
Quando ouvimos Jair Bolsonaro pregar para sua seita de fanáticos que “Lula vai apodrecer na prisão”, que “vamos metralhar a petralhada aqui do Acre, hein!” ou que “não vai ter um centímetro de terra pra indígenas e quilombolas”, é difícil conter a ânsia de vômito diante de um caráter tão perverso, sádico e odiento. É uma das mais tristes realidades de nosso país, fonte de assombro e depressão sem fim, que tantos milhões de cidadãos tenham se deixado capturar pelo discurso extremista do bolsonarismo que, potencializado pela pandemia de covid19 (2019-2021), expôs aos olhos do mundo o que já sabíamos: trata-se de um fascismo, culto da morte, desdém instituído pela vida e pela pulsão vital, “a barbárie de farda gritando no palanque”. Cerca de meio milhão de brasileiros poderiam hoje estar vivos, mais de 300.000 crianças e adolescentes poderiam não estar órfãos, caso tivéssemos no poder um estadista responsável e competente – como Lula ou Haddad – e não um psicopata e mentiroso compulsivo, fetichizados de armas de fogo, como Jair ‘Ustra Vive’ Bolsonaro.
A estatura ético-existencial, político-histórica, e mesmo estética e religiosa de Lula é de outra magnitude, de outra ordem de grandeza: Lula merece ser estudado nos cursos de filosofia, na história da ética, e mesmo ser transformado em personagem de epopéia trágica. Narrativas sobre ele proliferam, das mais odientas às mais laudatórias, o que parece impossível é ficar indiferente a uma figura histórica deste impacto e ressonância.
O cinema brasileiro, é bom que se reconheça, e com muita gratidão, realizou belíssimos retratos da trajetória biográfica histórica deste gigante guerreiro do povo brasileiro em obras notáveis como ABC da Greve (1979, de Leon Hirszman), Chão de Fábrica (2018, de Renato Tapajós e Hidalgo Romero), Entreatos (2004, de João Moreira Salles), Peões (2004, de Eduardo Coutinho), Lula – Filho do Brasil (2009, de Fábio Barreto), Ao Sul da Fronteira (2009, de Oliver Stone) dentre outros.
A estes A Trama vem somar-se, colaborando não apenas para uma reconstituição histórica fiel aos fatos mas nunca descompromissada com a mobilização de afetos politicamente relevantes para a desopressão do Brasil. Recomendo com entusiasmo a série e espero que este escrito possa colaborar para um olhar cheio de empatia, para uma disposição afetiva de abertura ao comovimento, para os espectadores que oxalá sejam mais que isto: não apenas espectadores, mas co-participantes de um drama coletivo, de uma responsabilidade histórica conjugada, que o próprio Lula reconhece em algumas de suas palavras mais místicas, mais fortes e mais comovedoras:
“Se me prenderem e eles não me deixarem andar, eu andarei pelas pernas de vocês. Se eles não me deixarem falar, eu falarei pela boca de vocês. Se meu coração parar de bater, baterá pelo coração de vocês. Não é de mim que eles têm que ter medo, eles têm que ter medo de vocês.” (LULA. Discurso no sindicato dos metalúrgicos do ABC antes de ser preso)
Lula sabe: quem hoje é herói histórico é Tirandentes, e não quem o mandou enforcar. Hoje nos lembramos de Zumbi dos Palmares, e não do nome dos generais que massacraram a república quilombola. Lula já pressente e já pré-sabe: seu lugar na História é heróico, paradigmático, transcendental (no sentido de superar os estreitos limites de seu destino enquanto indivíduo carnal e finito). Seus últimos anos na terra são absolutamente determinadas para os rumos do porvir deste país. Ele não foge à luta nem às suas responsabilidade. E certamente está pronto para os maiores sacrifícios para ajudar a re-erguer uma pátria fraturada, a re-construir o que os odiadores e seus cúmplices fanatizados tanto se empenharam em destruir.
Para além das eleições, Lula sabe que seu papel no final de seus dias entre os vivos é dedicar cada instante, cada fibra de seu ânimo, para re-levantar um país degradado, adoecido, desgovernado por uma ideologia doente, sádica e que conduz ao suicídio coletivo como é o Bolsonarismo. A Trama revela que o genocídio bolsonarista é fruto mórbido do golpe de estado desferido em 2016, mas preparado muito antes: prefigurado no Mensalão e na captura midiática das Jornadas de Junho de 2013, mas levado até sua consumação putschista com a Lava Jato. Desta terra de escombros, deste Brasil construtor de ruínas, deste ex-gigante reduzido a pária pelas ações de um desgoverno criminalmente irresponsável, que produz florestas reduzidas a cinzas e indígenas alvo de extermínio, é preciso que a primavera venha com Lula – neutralizá-lo, cancelá-lo ou julgá-do superado é uma tolice. Lula ainda é o líder de massas mais importante da história da república brazuca, e figura-chave para uma reconstrução possível do país após o ininterrupto show de horrores e avalanche de retrocessos que o conluio do lavajatismo, do P.I.G., do Congresso de picaretas e da extrema-direita bolsogenocidária lograram vomitar sobre nós.
Eduardo Carli de Moraes
09 de Agosto de 2022
“Eu sou um construtor de sonhos. Eu há muito tempo atrás sonhei que era possível governar esse país envolvendo milhões e milhões de pessoas pobres na economia, envolvendo milhões de pessoas nas universidades, criando milhões e milhões de empregos nesse país. Eu sonhei que era possível um metalúrgico, sem diploma universitário, cuidar mais da educação que os diplomados e concursados que governaram esse país. Eu sonhei que era possível a gente diminuir a mortalidade infantil levando leite feijão e arroz para que as crianças pudessem comer todo dia. Eu sonhei que era possível pegar os estudantes da periferia e colocá-los nas melhores universidades desse país para que a gente não tenha juiz e procuradores só da elite. Daqui a pouco vamos ter juízes e procuradores nascidos na favela de Heliópolis, nascidos em Itaquera, nascidos na periferia. Nós vamos ter muita gente dos Sem Terra, do MTST, da CUT formados.
Esse crime eu cometi.
Eu cometi esse crime e eles não querem que eu cometa mais. É por conta desse crime que já tem uns dez processos contra mim. E se for por esses crimes, de colocar pobre na universidade, negro na universidade, pobre comer carne, pobre comprar carro, pobre viajar de avião, pobre fazer sua pequena agricultura, ser microempreendedor, ter sua casa própria. Se esse é o crime que eu cometi eu quero dizer que vou continuar sendo criminoso nesse país porque vou fazer muito mais. Vou fazer muito mais.” – Lula da Silva. Leia a íntegra do Discurso de 7 de Abril de 2018: https://www.brasildefato.com.br/…/leia-a-integra-do…/
VEJA TAMBÉM: Rede Brasil Atual – Brasil de Fato – Looke – Carmattos – Escorel na Piauí.
O CINEMA CONTRA O GOLPE: A trama fraudulenta que golpeou Dilma e encarcerou injustamente Lula é exposta em minisérie magistral. Leia no site @acasadevidro: https://t.co/8t9TChAqaA pic.twitter.com/w0wh2qOkv1
— A Casa de Vidro (@acasadevidro) August 9, 2022
Publicado em: 09/08/22
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
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