“A Liberdade é uma luta constante.”
Angela Davis
“Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer.”
Conceição Evaristo
“Quando Marielle Franco morreu”, diz a advogada e ativista Sara Macêdo Kali, “fizemos um compromisso de que seríamos semente”. Cerca de um ano após o assassinato da deputada do PSOL e seu motorista Anderson Gomes, tanto o 8M quanto o 14 de Março levaram às ruas do Brasil (e do mundo) a estrondosa e multidiversa voz destas coligações-de-sementes que garantem: Marielle vive, Marielle presente!
O Dia Internacional das Mulheres foi mobilizado não só pela memória de Marielle e pela demanda de justiça (afinal, apesar da prisão dos assassinos, a pergunta que não quer calar permanece: quem mandou matar, e porquê?), mas pela denúncia da opressão de gênero e pelos alarmantes índices de violência contra as mulheres: o Brasil registrou 60.018 casos de estupro em 2017, o que corresponde a uma média de 164 por dia, ou um a cada 10 minutos, segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Um estudo divulgado em novembro de 2018 pelo UNODC (Escritório das Nações Unidas para Crime e Drogas) mostra que a taxa de homicídios femininos global foi de 2,3 mortes para cada 100 mil mulheres em 2017. No Brasil, a taxa é de 4 mulheres mortas para cada grupo de 100 mil mulheres, ou seja, 74% superior à média mundial.
Diante de um cenário como este, agravado pelo empoderamento da extrema-direita misógina nas últimas eleições, fomos às ruas com as câmeras e microfones em sincronia e sintonia com esta ideia manifestada por Rosângela Aguiar, jornalista e ativista que integra o Jornal Metamorfose: “mulheres comportadas não fazem história!”
LEITURAS SUGERIDAS: ELIANE BRUM E JUAN ARIAS EM EL PAÍS; LAURA CARVALHO NA FOLHA DE S. PAULO; BLOG DO SAKAMOTO
“A semente de Marielle Franco vive em nós hoje e sempre”, dizia a faixa na vanguarda da marcha 8M aqui em Goiânia. Marcadas pela Mangueira, cujo desfile de carnaval, campeão na Sapucaí, havia honrado a memória de Marielles e Malês, celebrando também os ícones culturais (Lecis e Jamelões), as manifestantes botaram a boca no trombone.
“Ai ai ai, Bolsonaro é o carai!”, cantavam em alegre insurgência musical. A preocupação era geral com os alarmantes índices de homicídio. E na boca de todos se dava voz à indignação contra a Reforma da Previdência que o governo Bolsoasno e o Congresso dos 300 Picaretas com Anel de Doutor pretende ao nosso povo impor.
Eis aí o curta-metragem documental que rodamos nas ruas de Goiânia/GO em 08 de Março de 2019, durante o ato do Dia Internacional das Mulheres: “MULHERES COMPORTADAS NÃO FAZEM HISTÓRIA”, disponível em várias plataformas (Youtube, Vimeo, Facebook):
[youtube id=https://www.youtube.com/watch?v=BNOrNTGb-SI]
[vimeo=https://vimeo.com/322703364]
Um filme de Lays Vieira e Eduardo Carli de Moraes; uma co-produção Jornal Metamorfose e A Casa de Vidro. Entrevistas com Sara Macêdo Kali, Mariana Lopes, Rosângela Aguiar. Músicas por Larissa Luz, Tássia Reis, Samba-enredo da Paraíso do Tuiuti 2018, canção “Bella Ciao” versão #EleNão. Prestigie e apoie o jornalismo e o documentarismo independentes! Dissemine e divulgue o midiativismo de relevância!
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FOTOGRAFIAS – por Eduardo Carli e Érika Borba / Mídia Ninja
Publicado em: 16/03/19
De autoria: casadevidro247
Republicou isso em A festa é boa para pensare comentado:
Compartilho esse importante post publicado pela A Casa de Vidro, blog que recomendo vivamente.
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia
jorgesapia
Comentou em 16/03/19