O NATAL DOS DESAJUSTADOS Aqueles que sabem ser uma fraude da branquitudeO Jesus ariano e de olho azul que ’tá no cartão postalE que por provocação apontam a possível verdade:“O Jota Cê de vocês na real era palestino e negão!” Aquelas que se recusam a abraçar o tio fascistaQue...
“Deixa eu curtir essa alegria Antes que retorne o dia Em que eu volte a ser nada.” Leci Brandão Samba, é bom reafirmar o óbvio, não é sinônimo de alienação: não é a ração sonora para os que querem ignorar as verdades mais basilares da existência, os mais amargos...
“Se deveras existe um pecado contra a vida, talvez não seja tanto o de desesperar com ela, mas o de esperar por outra vida, furtando-se assim à implacável grandeza desta.” ALBERT CAMUS em “Núpcias” CAPÍTULO 1: A Indesejada das Gentes Confinados na implacável finitude da vida, nós, os mortais,...
“Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelos menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela.”TORQUATO NETO (1944 – 1972) “Na geléia geral brasileira alguém tem de...
por Eduardo Carli de Moraes para A Casa de Vidro «Só se é fecundo pelo preço de se ser rico em contradições.» NIETZSCHE, “Crepúsculo dos Ídolos” PRÓLOGO: Fui convidado pela equipe do Enredo Cultural da TV UFG a tecer alguns comentários sobre a vida e a obra de Assis Valente, um...
“Gira e gira a roda atroz das desditas”, lamenta-se Neruda no poema “Os Abandonados”, do livro Memorial de Isla Negra. Este poetaço, que tão bem cantou a roda viva da Vida, com toda a sua polifonia e colorido, com todo seu caos e maravilha, com frequência é hoje em dia descoberto por...
“Uma negra pode ser poeta?” Com esta questão, ofensiva e racista em si mesma, Eleni Varikas inicia em chave irônica seu livro “A Escória do Mundo – Figuras do Pária” (Editora Unesp, 2014), evocando os versos impactantes e profundos desta emblemática “mulher, escritora, negra, desenraizada”, trazida à força da...
O PÃO DIVIDIDO A poética de José Paulo Paes – por Eduardo Carli de Moraes – POÉTICA Não sei palavras dúbias. Meu sermãoChama ao lobo verdugo e ao cordeiro irmão. Com duas mãos fraternas, cumplicioA ilha prometida à proa do navio. A posse é-me aventura sem sentido.Só compreendo o...