“São raras e preciosas as obras-de-arte que tem sabedoria a nos transmitir. Isto se compartilha bem pouco na Era da Mercadoria! Ao contato com estas escassas e esparsas obras sábias, nos sentimos revigorados e com novo ânimo, dotados de um novo saber que nos ajuda a melhor viver. É o que os franceses chamam de savoir-vivre, um tipo de ciência fecundo e primaveril, que contrasta com os saberes meramente livrescos e eruditos (que não impedem ninguém de viver no “inverno da alma” como o Fausto de Goethe).
O cinema do mestre Mike Leigh, que sedimenta-se cada vez mais como um dos artistas britânicos mais sábios de nossos tempos, transborda de sensibilidade, lucidez e empatia. Com sua atitude pé-no-chão, anti-espetaculosa, sóbria e realista, a arte de Leigh descreve as relações humanas com um olhar dos mais verazes. Fiéis ao verdadeiro são todos os seus procedimentos artísticos. Seus melhores filmes — meus prediletos são Segredos e Mentiras (1996), que faturou a Palma de Ouro em Cannes, Naked (1993) e All Or Nothing (2003) — revelam um cineasta capaz de envolver-se intensamente com seu elenco de atores a fim de despertar neles as mais autênticas vivências e emoções, revelações e catarses. Do outro lado do Atlântico, Robert Altman e Paul Thomas Anderson são outros que realizaram proezas, à maneira de Leigh, com um cinema “de ator” que não deixa de ser autenticamente autoral…”
LEIA RESENHA COMPLETA NO… DEPREDANDO O CINEMA.
Publicado em: 13/04/11
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
Experience is a comb that life gives you after you lose your hair.
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia
Angelina
Comentou em 30/04/11